Limpeza técnica em hospitais evita bactérias, como a KPC
O Hospital Celso Ramos, maior de Florianópolis, está em alerta após quatro mortes de pacientes infectados pela KPC, superbactéria que leva a óbito 50% dos casos por ter criado resistência aos antibióticos. O receio é de que ocorra um surto em Santa Catarina.
Para evitar que isso se concretize, é necessário que os profissionais de limpeza utilizem as técnicas corretas para manter os ambientes esterilizados e conheçam os microorganismos que combatem. Além da KPC, outras bactérias podem afetar a saúde de quem já está fragilizado.
Para evitar situações de contaminação, a prevenção é considerada o melhor remédio. Segundo o maior consultor de limpeza técnica do Brasil, Osmar Viviani, os custos da profilaxia são inferiores ao do tratamento da infecção. Mas para haver sucesso, o especialista esclarece que é necessário que a técnica de higienização seja padronizada em todas as instituições de saúde e os profissionais de limpeza recebam treinamento constante e adequado, com entendimento dos métodos estabelecidos.
Viviani explica que o trabalho precisa estar alinhado com as regras estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e adequado aos padrões estipulados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de cada unidade de saúde. O consultor destaca que, apesar de todos os cuidados por parte dos colaboradores, é fundamental lembrar que a maior parcela de contaminação em hospitais se dá pelas mãos das pessoas. A prevenção, segundo ele, pode ser realizada de maneira bastante útil pela lavagem com água e sabão seguida pela assepsia com álcool.
De acordo com o consultor, o aprimoramento de métodos de desinfecção e higienização, tanto das superfícies quanto das mãos de médicos e equipe de enfermagem, evita a disseminação de bactérias. Ele ressalta que nesse processo é importante conhecer o tempo de sobrevivência dos microorganismos, pois existem alguns tipos de esporos que podem sobreviver por muito tempo em superfícies mal higienizadas e sujas.
A atenção deve ser redobrada com locais, artigos e objetos em que o paciente infectado tenha contato manual. “Pesquisas realizadas em quartos de pessoas internadas com diarréia, por exemplo, detectam índices elevados de microorganismos na cama (registrados em 100% dos casos), no telefone e no controle remoto da TV (75% de ocorrência)”. Essas porcentagens são maiores do que as encontradas no banheiro do paciente, que é de 65%”, revela o especialista.