Especialista em finanças fala sobre investimentos no Brasil
O especialista em consultoria financeira Daniel Duarte Jevaux ministrou palestra sobre as oportunidades de investimento e os desafios econômicos enfrentados no Brasil em reunião do Seac/SC e do Sindesp/SC dia 23 de abril. O foco de Daniel foi mostrar os três principais motivos para que os empresários acreditem no desenvolvimento do país.
A primeira característica destacada pelo especialista foi a fase de estabilidade econômica pela qual o Brasil passa. Nessa perspectiva, ele lembrou a queda da inflação nas últimas décadas e a previsão de estabilidade para os próximos anos. Além disso, Daniel falou sobre a estabilidade do real como moeda, em contrapartida a outras que enfrentam crises, como dólar e euro, e o crescimento do Produto Interno Bruto.
Segundo Daniel, o segundo motivo para acreditar no Brasil é o crescimento da renda interna, demonstrada na queda do desemprego, no aumento do PIB per capita e o melhoramento na distribuição de renda. Nesse último caso, a melhor repartição possibilitou que classes mais baixas consumissem mais.
Já o terceiro motivo consiste na baixa da dependência externa, o que fica evidente pelo aumento das exportações líquidas, das reservas internacionais e das parcerias econômicas, especialmente com a Ásia. Também está em destaque o fato das economias avançadas estarem decrescendo, o que não acontece com as economias emergentes, em pleno desenvolvimento. De acordo com Daniel, o país está menos suscetível a choques externos, o que permite planejar investimentos em longo prazo.
Investimentos
O especialista também indicou oportunidades de investimentos, como os atrelados ao CDI, que permitem satisfação de liquidez. Ele ainda destacou o Fundo de Investimento Multimercado LP Somma e a carteira ativa Coinvalores como estratégia agressiva. Para Daniel, o aumento na população urbana justifica os investimentos, já que haverá maior demanda de comidas e outros commodities.
Desafios
Segundo Daniel, os principais desafios econômicos do Brasil em curto prazo estão associados a projeção reduzida de crescimento do PIB e a baixa confiança do produtor. O especialista citou ainda o endividamento das famílias em razão do aumento da concessão de créditos, que deve ser reduzido. Em longo prazo, o Brasil precisa aproveitar as perspectivas negativas de economias desenvolvidas para atrair investimentos. Entretanto, a projeção é de que, mesmo com interesse das empresas, alguns aspectos do país preocupam, como a burocracia excessiva, os tributos, infraestrutura ruim, mão de obra sem qualificação e a moeda valorizada.
Para concluir, Daniel resumiu que, no cenário atual e nas projeções futuras, o investidor conservador deve buscar mix de produtos com baixo risco e rentabilidade real, o moderado pode diversificar ponderando rentabilidade, risco e liquidez e o agressivo pode buscar oportunidades em private equity e ações para ter ganhos reais de longo prazo.